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Resenha dos shows em Nanba Hatch (11 e 12.04.2013)


Antes do show

Os shows do Nanba Hatch da turnê TOUR 2013 TABULA RASA que aconteceram nos dia 11 e 12 de abril de 2013, coincidiram com o final de inverno e início de primavera no Japão, o que também quer dizer que estava frio mesmo que não tão frio a ponto de nevar.

No primeiro dia, os goods começariam a serem vendidos a partir das 16 horas mas como esperado desde cedo já havia fãs sentados no chão em fila para a compra dos mesmos. Chegamos no Nanba Hatch por volta das 13hs e a fila contava com umas 30 pessoas, a medida que o tempo ia passando aumentava também o frio que naquela tarde alcançou os 9 graus.


Não era fora do comum ver fãs do sexo feminino trajando shorts curtos com uma camiseta da banda apenas tremendo a cada rajada de vento que passava sobre a entrada do Nanba Hatch no 3° andar que dava para uma área aberta, desprotegida dos ataques maliciosos do tempo. Por volta de 15hs o sol que já se escondia entre as nuvens do céu cinzento de Osaka nos abandonou completamente e começou a chuviscar.

Já estávamos pensando em sair da fila para buscar abrigo quando um staff da casa veio nos avisar que nos permitiriam esperar em fila dentro do salão do 3° andar onde seria vendido os goods mas que os mesmos ainda não estavam disponíveis para venda. Alguns minutos depois dentro do salão, a fila sinuosa já contava com mais de 70 pessoas e isso também foi o suficiente para dar um basta no frio aterrorizante.


Por volta das 4hs o stand de goods começou a ser montado e a caixa de presentes para banda foi colocada no seu lugar. Karasu e outras do novo mini-álbum começaram a ser tocadas em repeat e logo um staff com alto falante anunciou que a venda dos goods estava aberta. No local além dos goods anunciados para a turnê também havia uma mesa separada logo ao lado com outros materiais à venda da loja oficial do Dir en grey, "Deadly Claris".

A camisa secreta da turnê TABULA RASA nada mais era em si que uma versão similar a camisa A com um corte diferente. As capas para iPhone e bolsa parecem ter sido alguns dos itens populares entre os favoritos dos fãs: camisetas e toalhas.

Um detalhe importante na hora da compra dos goods é ter certeza de comprar tudo que você gostaria de comprar logo no primeiro dia, porque certamente no segundo dia alguns dos itens vão ter se esgotado e não serão repostos. Depois de comprar alguns exemplares dos goods voltamos ao hotel para guardá-los, poderíamos alugar um armário no local para isso o que não sairia caro realmente, mas queríamos também pegar mais um casaco contra o frio uma vez que o show só começaria em 2hs.


Quando retornamos para a casa de show mais ou menos meia hora depois, o lugar realmente parecia lotado de fãs. Decidimos ir por outra entrada do Namba Hatch perto do estacionamento no 1° andar afim de ver o ônibus da turnê e assim fizemos com sucesso. Algumas fotos depois retornamos ao 3° andar que estava mais lotado afim de esperar junto com os outros fãs a abertura das portas (ao invés de esperar do lado de fora no frio).

Ao fazer isso, ficamos a observar os fãs do DIR EN GREY no local. Da nossa experiência de dois anos atrás podemos dizer que o número de fãs do sexo masculino está bem mais balanceada, e para cada 3 mulheres havia 1 homem por assim dizer. Outra coisa a se citar, foi a faixa etária das pessoas que vão aos shows. Em 2011 havia uma mulher que aparentava estar nos seus 30 anos que levou a filha de mais ou menos 10 anos. Dessa vez em 2013, não havia criança, mas tinha bastante gente com essa faixa etária avançada, e não só japonês, havia uma ou duas estrangeiras que aparentavam estar nos seus 40 ou mais. Isso nos surpreendeu porque normalmente estes detalhes não aparecem nos DVDs.


Fora isso, não havia ninguém de cosplay exatamente. Havia sim aqueles que imitam o estilo de alguns dos seus integrantes mais isso é relativo porque o estilo de Osaka é bastante parecido com o estilo do DIR EN GREY atual. Também havia pessoas que pareciam vir ao local apenas para comprar os goods sem participar do show ou se encontra com amigos. Um caso curioso foi o de uma menina que estava doente e apareceu por lá com uma adesivo anti térmico gigantesco na testa.


Show

Às 6hs começou a comoção dos staffs para organizar as placas com os números de ingressos para entrada na casa de show no 4° andar. Primeiro foram os ingressos VIP se não me engano e os de arquibancada, e logo depois apenas os ingressos normais para pista dividido por centenas que após serem chamadas subiam ao 4° andar para aguardar a chamada por dezena para entrada na casa de show.

E assim foi até chegar aos ingressos de número mil, o qual tínhamos em mãos. Pegar um ingresso de número mil é ter a certeza de que você ficará no fundo da casa de show. Por isso é aconselhável comprar os ingressos durante a pré-venda, mas ainda assim corre o risco de não pegar grade porque os membros do fã-clube oficial tem acesso à pré-venda primeiro.

Enfim, um lugar no fundo do Nanba Hatch não é ruim pois o chão da casa de show é dividido em alguns níveis (degraus) de maneira que quem fica no fundo consegue ver o palco claramente também. A única desvantagem é que no final do show quando os integrantes jogam palhetas, baquetas, etc. eles quase sempre miram apenas até a metade da pista e no Japão quem fica no fundo muitas vezes prefere ficar parado e assistir ao show apenas.

Voltando ao show, o Nanba Hatch tem duas entradas, no primeiro dia fomos pela entrada da esquerda e pegamos um lugar ruim porque parecia que o lado esquerdo estava super lotado. No segundo dia entramos pelo lado direito do Die e pegamos um lugar melhor e mais agitado. Uma vez que todos estavam alojados e as portas foram fechadas, esperamos mais ou menos 20 min para o início do show, enquanto observávamos os staffs do DIR EN GREY ajustarem os equipamentos no palco.

Um acontecimento muito curioso que não notamos em 2011, foi que existe um grupinho que pegou lugares no fundo que espera até momentos antes do show para se enfiar no meio da galera perto da grande sem aviso e em fila, de modo que quem estar por lá não percebe até que eles tenham aparecido e aí fica por isso mesmo, eles perdem o lugar na frente para esse grupinho que se apossou depois. Isso é possível porque os fãs japoneses não ficam encostados uns nos outros, eles se organizam em filas um do lado do outro com um espaço a sua frente nos shows.

Nesta turnê, não parecia haver nada de especial com a organização do palco. Além do telão ao fundo do palco havia três telas pequenas transparentes para retroprojetor pairando sobre o palco, as quais seriam usadas no decorrer do show. A iluminação parecia diferente da turnê anterior mas bem menos intensa e lembrava a da turnê THE UNWAVERING FACT OF TOMORROW MORNING.

No entanto, as cores dos equipamentos dos integrantes estavam bastante definidas. Não é novidade que Kaoru use o seu amplificador com design especial do Dada e detalhes roxos no pedestal, Toshiya o seu amplificador preto e branco e Shinya a sua bateria dourada, mas desta vez o Die também apareceu com amplificadores de um vermelho intenso. Kyo estava com a sua caixa preta com algumas esculturas de mãos e o fio do seu microfone era vermelho. Fora isso algumas velas do lado do Kaoru e um pequeno altar em frente a bateria do Shinya decoravam o palco.

A espera em meio ao burburinho e a música industrial e ocidental de fundo parece não ter demorado muito e quando de repente as luzes todas se apagaram e apenas duas ou três luxes baixas iluminavam do fundo do palco, silenciaram também as vozes dos fãs que deram lugar a gritos de empolgação.

Kyokotsu no nari começou e imagens de flores, frutas em decomposição com vermes foram projetadas no telão de fundo enquanto os integrantes entravam no palco um a um, arrancando gritos e mais gritos dos fãs. Kyo entrou por último quando todos os outros integrantes já haviam assumidos suas posições e quase no final da música de introdução.

Quando Karma começou o público parecia um pouco dividido entre como acompanhar a música e apesar de ter sido uma música agitada ela não provocou toda a comoção esperada pela performance já empolgada da banda, mas foi suficiente para acender o pavio para DIFFERENT SENSE e DECAYED CROW que vieram a seguir.

RINKAKU veio com um belo momento de silêncio entre os fãs que apenas observaram a performance da banda e principalmente o desempenho do Kyo que cantou a música de maneira emocionante e sua voz não falhou ou ficou rouca, apesar do quê ele parecia estar se controlando para evitar justamente isso.

Unknown.Despair.Lost e Bottom of the death valley começaram a reacender os ânimos mas ainda em clima de música nova sendo tocada pela primeira vez para o público de Osaka que neste primeiro dia parecia muito atencioso a isso. Em Bottom of the death valley o foco caiu sobre Toshiya cuja performance não decepcionou com o seu display de técnica com o baixo. No segundo dia essa música foi substituída por Shitataru Mourou que não deixou por menos.

O primeiro INWARD SCREAM foi mais suave que o segundo. Uma imagem da luz da lua refletida sobre um rio negro ficou ao fundo conforme Kyo entoava sons graves que mais pareciam um mantra em meio a sons de taiko, flauta e piano.

THE BLOSSOMING BEELZEBUB veio no clima do solo do Kyo e neste momento os 3 painéis que estavam sobre o palco desceram até ficar em frente ao palco na frente dos membros. Imagens de luzes entre outras coisas foram projetas sobre eles e Kyo trouxe o lenço preto para a sua performance que basicamente estava sobre o seu rosto o tempo todo. "DIABOLOS" substituiu TBB no segundo dia, e é a aquele tipo de música que te envolve completamente.

Já Mitsu to Tsuba é aquele tipo de música que ao vivo tem um grande poder e a iluminação obscura e vermelha já característica da sua performance foi predominante. O pedestal de Kyo foi posto no fundo do palco ao lado da bateria e Kyo foi até ele se apresentando de costas para o público. três câmeras de ângulos razoavelmente diferentes filmavam o seu rosto que era projetado nos painéis de frente, pelo lado esquerdo e pelo lado direito. Uma expressão insana e gestos pervertidos eram visíveis no vocalista.

Quando CONCEIVED SORROW começou o público continuou a sua quieta contemplação e os painéis voltaram a sua posição inicial sobre o palco. No segundo dia "Karasu" substituiu essa música e se Bottom of death valley é uma música que transparece toda a técnica do Toshiya, Karasu faz isso com o Kaoru.

O segundo INWARD SCREAM foi no clima de Tsumi to Batsu, muita iluminação osbcura e vermelha em meio a fumaça. De pé sobre a caixa, Kyo se contorcia e emitia sons agonizantes, numa apresentação bem mais agitada que a do primeiro INWARD SCREAM.

O público estava tão compenetrado na sucessão de músicas do repertório que ao final do INWARD SCREAM o silencio absoluto foi quebrado pela bateria do Shinya introduzindo Kasumi que foi reanimando o público. Kiri to Mayu e Unraveling foram acompanhadas com uma energia revigorante que explodiu em AGITATED SCREAMS OF MAGGOTS e Reiketsu nariseba.

No segundo dia ASOM foi substituída por GARBAGE um surpresa total no repertório mas que deu uma injeção de ânimos no público assim como ASOM faria.

No final desta última música a banda deixou o palco para uma pausa que foi interrompida pelos gritos de encore que durou mais ou menos 10 minutos. Quando a banda voltou ao palco para a parte final do show, Juuyoku começou no susto e foi logo acompanhada fervorosamente pelo público já bastante familiarizado com ela e as músicas que vieram a seguir Hageshi sato kono mune no naka de, karamitsuita shakunetsu no yami e Zan.

No segundo dia Juuyoku foi substituida por "Yokusou Ni DREAMBOX" Aruiwa Seijuku No Rinen To Tsumetai Ame e Zan por Rasetsukoku o que nada mais foi que uma troca equivalente para o público.

A banda também se apresentou muito bem, bastante agitada e sempre movimentando o público. Kyo apesar de muito calado e ter deixado de proferir até mesmo muitas das frases comuns dos shows ("Ushiro", "Last song", etc), muitas vezes bateu no peito com a mão direita e também com microfone e punha a mão no ouvido pedindo pelo clamor da platéia. Ele também gritava sem usar o microfone e batia o pé enquanto gritava "MOTTO", pedindo que o público desse mais de si. Die, Kaoru e Toshiya se movimentaram bastante pelo palco e constantemente elevavam os braços para o público, incitando-os cada vez mais.

THE FINAL foi a última e caiu como uma ótima música para encerar o show depois de um trecho tão agitado além de ser mais uma das preferidas do público que assim como em Hageshisa to entoou o seu refrão fielmente.


Pós-show e conclusão 

Em geral, a apresentação da banda foi animada como sempre, porém Kyo parecia menos comunicativo no palco. Tecnicamente, não houve falha e sim uma exibição de talento, embora a voz do Kyo tenha parecido estar prestes a falhar em alguns momentos e ele ter parecido muito mais contido. Tudo isso só foi exaltado pela acústica perfeita da casa de show. O segundo dia foi muito mais agitado para banda - Kyo e se comunicou bem mais e até sorriu. A iluminação estava boa e a apresentação do palco foi boa mas bem menos impactantes que a das outras turnês.

Kyo deixou rapidamente o palco nos dois dias após a última música mas os outros integrantes aproveitaram o seu tempo para jogar palhetas, baquetas, toalhas e garrafas de água para o público para então deixar o palco sob aplausos além de aplaudir o público também no caso do Toshiya e Die.

A saída do show no primeiro dia foi tranquila, um staff da casa distribuía panfletos da banda sobre o novo mini-álbum e um cartão com um poema do Kyo sobre o seu novo site.

No segundo dia, além disso, notamos também que o stand de goods ainda estava lá operando normalmente mesmo que alguns itens já tivessem se esgotados e no segundo dia havia também um terceiro stand do Like an Edison vendendo mais lançamentos do DIR EN GREY.

Os fãs normalmente costumam se aglomerar no 3° andar exaustos e indiferentes ao frio após o show. É raro no entanto ver muitos estrangeiros participarem deste evento pós show.



Texto e fotos por SABIR BRASIL


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