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Entrevista com DIR EN GREY na OK MUSIC UP's (Março, 2013)


A nova forma da banda vista no final da sua reconstrução


THE UNRAVELING - o novo álbum lançado em um período de poucos meses após o seu último single. Esta obra é composta por seis músicas regravadas e uma música inédita, e nos dá uma prévia sobre a verdadeira natureza do DIR EN GREY que existe neste momento.


"Buscamos uma direção diferente daquelas das músicas originais, um "rearranjo" que está mais próximo do que somos agora"


― O mundo que pode ser compreendido a partir do título do mini álbum, "Unraveling" (pt.: desvendar, desemaranhar), tem um sentido de volta para o estado de estudo, uma desconstrução. Por outro lado, ele também tem uma implicação de "trazer uma solução, deixar algo claro".

Kaoru: O título foi criado pelo Kyo (vo.), de modo que só ele sabe ao certo, mas a música inédita e as seis músicas rearranjadas progrediram ao mesmo tempo, então eu não me sinto como se nós só tivéssemos feito uma música inédita. Durante a reconstrução músicas novas nasceram das músicas que já existiam, portanto eu acho que este sentimento também está incluído no mini-álbum.


― Primeiramente, vamos falar sobre a música inédita do THE UNRAVELING. Embora a melodia seja diferente, eu senti que algo a ligava ao single anterior "RINKAKU".

Kaoru: Eu acho que ela possui um pouco da atmosfera do single. O sentimento ominoso e a alegria fluem a partir dos riffs que estão em uma escala maior, e os ritmos agitados levam a essa conclusão. É algo que nós não tínhamos feito recentemente, mas a sensação de que tínhamos feito isso muitas vezes no passado está presente na nova música. Em RINKAKU também através do canto em tom agudo existe um trecho que se transforma em um piscar de olhos, de uma forma que nós sentimos um pouco de nostalgia. Pode haver algumas partes que são comuns entre estes trechos.


― Houve uma época em que o DIR EN GREY era uma banda de visual kei, mas eu pessoalmente acho que o visual kei tem uma nuance de não possuir gênero. Eu tive a sensação de que esta música herdou este tipo de "sentimento de falta de atribuição".

Kaoru: Correto. Se pensarmos até este ponto então o significado do título também pode ser percebido.


― Desta vez devido à circunstância de que vocês poderiam lançar uma música inédita, nós recebemos também um produto composto de várias músicas reconstruídas, qual é o significado disso?

Toshiya: Havia uma predisposição de querer reconstruir os sons do passado, e parece que começou a partir daí. Só que nós não começamos a fazer regravações a partir de agora, nos últimos lançamentos houve muitas regravações que foram adicionadas como b-sides em singles, por isso para mim não existiu um sentimento de serem músicas novas.


― Rearranjar uma música e criar uma música nova, qual a diferença?

Kaoru: No caso de rearranjo, existe uma grande dificuldade com a descoberta de uma direção diferente que crie uma imagem diferente daquela que a música tinha no passado. Não faz sentido regravar uma música se você não consegue encontrar essa nova direção. Dependendo de como colocamos nós mesmos naquele momento é importante não regravá-las como as músicas velhas. Por outro lado, no caso de músicas inéditas, embora você esteja criando imagens você precisa seguir em frente. Se nós apenas criarmos uma imagem haverá um ponto final, o qual vamos tentar alcançar em meio de esforços, e a partir daí mais uma vez eu gostaria de modificar a música para poder enxergar adiante. Desta forma, os dois são bastante diferentes. Se nós sentirmos algo naquele momento, isso pode ser parcialmente refletido em cada trabalho.


― Com a imagem das músicas rearranjadas em mãos, vocês acham que elas poderiam ter se transformado em músicas diferentes apesar de terem uma versão original?

Kaoru: Eu não percebo que elas sejam tão diferentes; mas passado é passado e agora é agora - eu penso desta forma. Não foi assim desta vez, mas antes eu tinha uma sensação de que "elas tinham se transformado em músicas totalmente diferentes" (risos).


― Eu gostaria de ver o que aconteceria quando o DIR EN GREY atual tocasse ao vivo as versões antigas e novas seguidamente.

Kaoru: Isso pode ser interessante (risos).
Toshiya: Eu gostaria de ver isso.


― Vocês começaram a trabalhar as músicas do mini álbum na mesma época, que nem no caso de Kiri to Mayu do Rinkaku?

Kaoru: Não, foi antes. Começamos a fazer a THE FINAL ou Kasumi por volta de fevereiro, quando estávamos parados. A princípio, o Kyo não podia cantar, assim parece que só a partir de maio do ano passado quando o Kyo foi capaz de cantar novamente que as músicas aos poucos tomaram forma. Quanto ao número de músicas, fizemos o suficiente para um álbum, e fizemos poucos arranjos que não foram incluídos no mini álbum. Além dessas, também havia músicas que pensamos que eram um pouco estranhas e que não foram gravadas.

Toshiya: Pensando a respeito do trabalho que temos não há muita diferença entre trabalhar em músicas novas e regravar músicas, mas trabalhar com músicas é divertido de qualquer forma. Embora, nós também tivemos muitos impasses artísticos.


― Então é possível que neste momento vocês estejam lançando apenas uma música inédita, mas na verdade vocês têm mais músicas prontas?

Kaoru: Não, nada disso. Nós tentamos até certo ponto, mas se as músicas não parecem boas nós firmemente partimos para a próxima. Não temos nada que esteja completamente terminado.


― Desta vez as músicas rearranjadas foram escolhidas sem relação com a sua data de lançamento. Ao escolher músicas para regravar vocês tem quaisquer critérios?

Kaoru: Simplesmente, nós pensamos 'se tentarmos com esta música vai ser interessante', e também apesar de tais músicas como THE FINAL serem incrivelmente populares no exterior, elas não foram lançadas por lá corretamente sob qualquer formato, de modo que existem músicas que foram escolhidas por causa disso. No passado, quando tocamos uma música chamada "I'll" ao vivo, mesmo que a sua versão original já seja bela, fomos informados pelo técnico de PA: "Uma vez que o som de vocês não é tão leve como era no passado, essa música não está ficando melhor. Não importa o que eu faça, eu não consigo combiná-la com o som da banda". Naquela época, as músicas que 'pareciam boas para eles no momento' agora depois de muito tempo parecem músicas totalmente diferentes quando tocadas. Por isso, temos uma razão para "as músicas que combinam com o DIR EN GREY atual".


"Apenas ficamos conscientes do 'agora' conforme a nossa verdadeira forma se torna visível até mesmo em silêncio"


― Se compararmos a época de gravação das músicas originais e o atual momento, eu acho que o tempo, materiais, técnica de gravação e a consciência geral dos integrantes da banda são todos diferentes. Vocês estavam cientes sobre tal coisa?

Kaoru: Não foi algo que nós tínhamos pensado apenas naquele momento. É por isso que, dependendo da música existem algumas que nós não ouvimos a versão original ao trabalhá-las. As músicas que tocamos muitas vezes ficam gravadas profundamente em nós, assim também existe um motivo pelo qual nós não as escutamos muito, mas em vez de ouvir bastante as músicas tentamos achar dentro de nós o trecho onde as músicas tinham um ponto principal. Em vez de regravá-las com fidelidade às versões originais, fomos fiéis à atmosfera da música.


― Existe uma ênfase no som do baixo no fato de que o som está muito diferente, certo?

Kaoru: Existem algumas músicas que têm a afinação diferente, mas também existem algumas músicas que têm a mesma afinação que a versão original, portanto, não é apenas a afinação que as deixa diferentes. O jeito conforme o som foi produzido ou tocado também fez a diferença.


― Falando sobre o baixo, eu acho que o modo de tocar do Toshiya também foi uma parte importante para esse lançamento. Teve algo com o qual você foi mais detalhista desta vez?

Toshiya: A abordagem entre o que é natural agora e o que era no passado pode ter mudado. Isso também foi algo que eu queria tentar fazer. Enquanto eu tocava, eu estava bastante pensativo.


― A Unknow.Despair.Lost se transformou em uma música com um arranjo que transparece os vocais dinâmicos do Kyo. Houve algum momento em que vocês tiveram que buscar ajuda do Kyo?

Kaoru: Na verdade, não. É claro que se perguntássemos ele teria várias opiniões. Sobre a música, eu acho que nós conseguimos compor um novo arranjo para ela de forma muito natural. Em comparação com as músicas originais, eu acho que foi mais uma questão de como nós mudamos. Teve músicas cujas letras mudaram completamente.


― Vocês estão planejando tocar as regravações nos shows de agora em diante?

Kaoru: Sim. Elas também passam uma sensação de que foram feitas para os shows.


― Se o novo arranjo das regravações deste lançamento representa a forma atual do DIR EN GREY, estou ansioso para ver como essas músicas vão influenciar as músicas novas compostas depois dele.

Kaoru: Pode haver algum tipo de influência. No entanto, eu não sei o que vem pela frente.


― Eu acho que através de uma série de trabalhos feitos desta vez vocês foram capazes de afirmar o DIR EN GREY do passado e do presente. No geral vocês conseguiram enxergar isso como algo que representa a banda que vocês são?

Kaoru: Nós meio que podemos ver, mas meio que não podemos. Claro que conforme estamos aqui, como somos, por causa do passado, também há uma parte que pensa que regravar músicas antigas é legal. No entanto ao dizermos isso até mesmo aquela parte confortável fica quieta, ela aparece por si só, por isso temos que procurar por partes que não sejam assim.


― Além disso, sobre a versão rearranjada de MACABRE que será lançada apenas na versão deluxe, a música original tem mais de 10 minutos, eu queria saber se o rearranjo foi muito difícil de ser feito?

Kaoru: Teve partes que não mudaram, mas como é uma música longa, ela levou algum tempo. Se mudarmos pontos importantes, isso criará uma música completa, mas mal compreendida, por isso, as partes que foram deixadas quase como as originais se misturaram com as partes que vieram depois. Isso fez com a música ganhasse uma sensação de música original A+.


― Nas versões deluxe do lançamento existem versões acústicas de Unraveling e THE FINAL.

Kaoru: Pedimos ao Sr. Tadasuke, que também ajudou no passado com a versão acústica de Agitated Screams Of Maggots para fazê-las. O resultado ficou incrível. Ele é alguém com uma personalidade muito brilhante, de modo para alguém que pensava que não conseguiria fazê-las, o resultado final é impressionante (risos). Ele incluiu piano e flauta, e o som ficou bem folk.

Toshiya: Dizer em poucas palavras já seria um spoiler, então eu realmente não posso falar nada (risos). Mas para mim, foi totalmente interessante.


― As versões deluxe e limitada trazem um DVD com filmagens do show no Tokyo Kokusai Forum em 25 de dezembro de 2012. Esta performance foi o renascimento para o Kyo, que havia retomado as atividades em outubro, e tornou-se uma performance marcante. Vocês sentiram fortes emoções naquele momento?

Kaoru: Pode ser uma coisa estranha de dizer, mas foi normal. Fizemos a turnê normalmente e ela terminou normalmente - esse tipo de sentimento (risos). Sobre o Kyo, eu realmente não me preocupei. Ao pensarmos sobre a atmosfera de preocupação, se acontecer de novo vamos ficar preocupados de novo e assim por diante.

Toshiya: Eu pensei que é bom tocar de vez em quando em uma sala de concertos... Foi tudo que pensei.


― Em 5 de abril começa a nova turnê, TOUR2013 TABULA RASA. Que tipo de conteúdo ela vai ter?

Kaoru: Eu gostaria de incluir músicas do último álbum.


― Além disso, em 24 de maio no Shibuya Koukaido acontecerá um show especial ao vivo para as pessoas que compraram a versão deluxe do mini-álbum, um evento conhecido como TOUR2013 TABULA RASA -ageha no hane san no yume ni ha sanagi-. Vocês acham que o conteúdo será bastante empolgante?

Kaoru: Eu me pergunto. Eu gostaria de fazer algo a mais. A legenda é a mesma legenda do título da música MACABRE, de modo que devemos tocar a MACABRE. Quero dizer, não importa como você pense sobre esta apresentação, é uma apresentação onde eu a tocaria.


― Nem me diga, e quem sabe um reaparecimento do álbum completo do MACABRE?

Kaoru: Isso seria difícil... Mas talvez devêssemos pensar a respeito? (Risos) Ainda assim, MACABRE tem uma chance, já o GAUZE não tem (risos).


Fim


Entrevista por Takashi Kanazawa
Tradução para o inglês por Kyotaku
Tradução para o português por imago no SABIR BRASIL

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