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Entrevista com o Kyo na GiGS (Janeiro, 2013) - Parte 1



― Eu achei que o tempo em que você passou para se recuperar dos problemas que teve na garganta
seria refletido nas letras de "RINKAKU"

Kyo: Ah, é mesmo?

― Durante esse período, a sua mente girou em torno de pensamentos diversos como solidão, etc ou você estava se preparando para o que viria a seguir?

Kyo: Não, não foi nada disso. Em relação à música e meus preparativos como vocalista nada realmente mudou, entende?

― Mas eu ouvi dizer que você não sabia quando a banda retonaria com as suas atividades. Se eu me lembro corretamente, você disse que já estava bem quando eu te encontrei por acaso por volta de maio.

Kyo: Sim, você está correto. Acho que em maio eu já tinha começado a me preparar novamente. Por conta própria.

― Quando você começou a cantar novamente, que tipo de música - ou melodia - você queria cantar?

Kyo: Eu realmente não posso responder a essa pergunta uma vez que não havia nada como: "Porque nós tivemos essa pausa, eu quero escrever letras desse tipo" ou "eu quero transmitir estes pensamentos". Há muitas pessoas que me fazem esse tipo de pergunta, mas para mim foi como uma pausa um pouco mais longa entre turnês (risos).

― Uhh, você não está exagerando um pouco? (risos)

Kyo: Certamente, se eu não tivesse me recuperado... bem, até agora eu não me recuperei por completo... eu raramente penso no que aconteceria se a qualidade da minha voz mudasse, se eu não me recuperasse e tivesse que fazer cirurgia. Mesmo que isso acontecesse, eu acho que não seria um grande problema... dizer que "Não é um problema"... bem, eu me preocupo se a minha voz mudou e com todo o trabalho que tenho pela frente até ser capaz de cantar propriamente novamente... Mas não mais que isso.

― Você está aceitando a realidade sem protestar.

Kyo: Sim. Agora, as coisas estão claras e isso me dá muita liberdade. As pessoas normais talvez possam se sentir encurraladas ou sentir uma certa crise. No momento, mesmo estando na margem do abismo dificilmente há medo (falando de si mesmo e como ele está encarando tudo que aconteceu). É algo como: Se eu cair, seria bom voar (risos). Significados bons assim como ruins são muito planos. (Em resumo ele quis dizer que não se deixa abalar facilmente)

― Sua força de vontade é muito forte.

Kyo: Ah, não, não é. Há cerca de um ano, pouco antes de irmos para o exterior, ou por volta de quando estávamos indo... bem, eu tenho esses pensamentos já há muito tempo: Vivemos apenas uma vez, mas se nós só conhecermos apenas uma maneira de ver o mundo, é chato/desinteressante. No meu caso, eu gosto de expressar. Desde que esteja no contexto de expressão - não importando o que seja - a sensação se torna extremamente forte. Portanto, ela é extremamente clara. Se minha voz não tivesse realmente voltado, eu ficaria muito triste por não ser capaz de continuar com o DIR EN GREY, mas, mesmo assim, todos tem que continuar a viver (risos). Não há nada que possa ser feito quando nos sentimos inseguros a respeito de algo. Bem, desde o inicio eu não me senti inseguro, mas... É como quando você perde a sua mão direita, então você é obrigado a comer com a mão esquerda, certo? É assim que eu estava me sentindo naquele momento. 

― A motivação que você tem para cantar e a maneira que você encara as músicas, também são claras?

Kyo: São claras. Tudo se encaixa sem problemas. Isso pode ser visto de uma forma negativa, no sentido de que eu não penso realmente a respeito disso. Mas isso não é algo que deve ser analisado e eu não vou me tornar um melhor vocalista se eu pensar a respeito. De pé no centro do palco, expressando a minha voz, o microfone em minhas mãos, tendo que cantar... Eu não sei por que, mas é isso que eu quero visualizar (risos). Como você pode ver, há muitas coisas com as quais eu não me importo (risos).

― Não, quando eu escutei "RINKAKU" eu pensei que você havia se desafiado bastante. E tanto na introdução como também no final do refrão, sua voz atinge notas tão alta quanto Mi e Fá Maior.

Kyo: Eu não sei absolutamente nada sobre notas e essas coisas (sorriso irônico). Não importa se é sobre músicas, shows ou gravações, nada disso eu faço de forma muito séria (risos). Eu não sei se isso é bom ou não. Para mim, se eu não gostar de fazer algo, eu não me sinto motivado a fazê-lo. Então, eu não suporto quando não consigo pensar em ideias novas, ou se não há nada que chame a minha atenção. Você também pode ouvir a minha voz normal no refrão não apenas em falsete, mas eu, pessoalmente, estava entediado. Isso mostra o que eu senti naquele momento. Foi um sentimento honesto.

― Você quer dizer agora?

Kyo: Não, antes. Eu sou uma pessoa que vive quase que completamente baseada em sentimentos. Isso vale para letras de músicas, shows ou gravações em estúdio.

― É um desafio procurar novos resultados quando tem que ser algo que você acha ser interessante.

Kyo: Eu não olho para outras pessoas e penso "oh, isso parece interessante", tudo depende da maneira como eu encaro as coisas. É por isso que tudo que eu crio é feito de forma livre, tanto quanto eu quero, tudo tem que ser apropriado para mim; honestamente. É por isso que quando eu terminei "RINKAKU", nem a introdução, nem a melodia tinham sido definidas ainda. De alguma forma, é possível contar a história de uma música depois de 1 ou 2 minutos, correto? Toda vez que uma nova parte era terminada, eu imediatamente escrevia as palavras para aquela parte. Eu escrevi diretamente, no estado emocional em que eu estava naquele momento. Então esse momento quando o refrão entra com um estrondo, quando fizemos os arranjos dessa parte, eu conseguia ver o caminho a seguir. Assim, a música estava terminada. E é por isso que eu já tinha terminado a música, antes que a gravação da bateria tivesse sido concluída.

― O quê?

Kyo: Isso demonstra o quanto eu baseio as coisas em sentimentos.


Scan por deidrichenstein
Traduzido para o inglês por Takowasara no Tumblr
Traduzido para o português por Uka SABIR BRASIL


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