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TATTOO BURST: Entrevista com o Kyo (Setembro, 2011)

"Por que as pessoas tem a necessidade de fazer tatuagens?"
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#002 SHINKIBA

Fotografias e entrevista: Miyuki Matsuda
Cabelo e Maquiagem: Atsushi Yamaguchi (EKYQ)

Todas as vezes, quando entrevistando um convidado que tem tatuagens, num local (escolhido pelo entrevistado) onde o sujeito é capaz de estar bastante relaxado, com essa franqueza, Miyuki Matsuda investiga a verdadeira intenção por trás das tatuagens.

Matsuda: Como foi a sessão de fotos desta vez?

Kyo: Foi interessante. Me senti sem restrições.


Matsuda: Me foi dito por muitas vezes que eu sou um fotógrafo bastante incomum (risos).

Kyo: Realmente incomum (risos). Foi muito interessante. Hoje foi tão diferente do usual que eu não consigo imaginar como vai ficar; Foi divertido.


Matsuda: Nesse sentido, foi caótico (risos).

Kyo: Eu não apareço muito em revistas em si, e também não tiram muitas fotos minhas.


Matsuda: As tatuagens estavam muito bonitas. Eu gosto desse tipo de designe delicado. Eu sou fascinado por eles. No começo, o quê o fez pensar em fazer uma tatuagem?

Kyo: No passado, durante um show eu esqueci um momento em especial e meu ouvido esquerdo sofreu danos. Por causa disso eu perdi a capacidade de ouvir sons graves. A partir daí, fiz uma resolução, e pensei "Eu quero fazer algo desesperadamente, sem arrependimentos". "Com um significado mais sincero, eu quero ir para um lugar mais profundo". Com isso eu pensei "Não é bom se eu não mudar", foi ai então que eu decidi fazer uma tatuagem.


Matsuda: O DIR EN GREY é um pouco diferente de ser "mau", não há uma escuridão introvertida presente?

Kyo: Não é que eu particularmente goste de coisas bonitas, é uma visão de mundo irreal, e se há uma coisa que eu goste, eu adoro coisas impuras e assustadoras.


Matsuda: Com coisas assustadoras existem vários tipos de medos.

Kyo: É isso mesmo. Como algo de dentro, algo doloroso, ou ambiente.


"Eu quero fazer algo desesperadamente, sem arrependimentos
Foi ai então que eu decidi fazer uma tatuagem."


Matsuda: Como simbolizar a dor no coração de uma pessoa?

Kyo: Tem sido fácil colocar em forma esse tipo de visão de mundo. Eu queria fazer uma expressão underground que outras pessoas não tivessem feito ainda. E também com isso eu deixei o sangue escorrer e de forma contínua tornou-se extremo; Recentemente se tornou mais real, eu quero expressar meus pensamentos diretamente, com apenas o corpo e som, eu acho que quero ser capaz de expressá-los.


Matsuda: Dentro desse tipo de visão de mundo, o que você acha sobre o ponto onde os fãs são absorvidos por ele?

Kyo: Durante o show, eu não quero expressar as partes alegres, mas após o término do show eu acho que há um grande número de pessoas que se sentem revigorados. Eu não estou tentando falar por todos, mas esses fãs também têm coisas que eles carregam, e que olham para mim que estou no lugar deles, que grito quando eles são incapazes de gritar. Eu não quero sugerir nada a partir daqui, mas, naturalmente, eu acho que isso se torna um sentimento bom.


Matsuda: Se oferecesse ajuda com alguma coisa, ou pensasse em dar alguma coisa, você não aceitaria, certo?

Kyo: Pode ser esse o caso. Basicamente, eu estou cantando e escrevendo letras para mim mesmo. Estou fazendo isso para a minha auto-satisfação, e é por isso que você pode entender da maneira que quiser, e fazer o que quiser com isso (as letras).


Matsuda: Eu acho que é incrível fazer com que as pessoas comprem um ingresso, irem para o local do show e pensem "Eu quero ouvir você cantar". Você tem alguma opinião a respeito do público?

Kyo: Seria bom se eles estivessem simplesmente lá. Não importa que tipo de comportamento eles tem, há constantemente pensamentos desnecessários e ansiedade, mas eu acho que eu quero que eles meramente façam o seu melhor. Eu também estou fazendo o que amo, sem pensar muito; se eles fossem assistir com essa posição, então eu acho que seria interessante.


Matsuda: O que o Kyo-san pensa sobre si mesmo como pessoa?

Kyo: Talvez uma pessoa fraca (risos). Quero ser forte, mas é muito difícil. Ao lidar com as pessoas, eu posso ser um covarde.


Matsuda: Você está dizendo isso em relação há termos de comunicação?

Kyo: Como esperado tenho medo de ser traído, eu sei que se eu não acreditar em uma pessoa, então essa pessoa não vai acreditar em mim, mas é muito difícil. Eu tenho sentimentos de querer acreditar em alguém e que estaria tudo bem em me machucar, mas é como se eu não pudesse ser sincero. Se eu fosse dizer isso de forma simples, então seria quase dessa forma.


Matsuda: Por exemplo, com as tatuagens, elas te fazem sentir como se você estivesse defendendo esse medo?

Kyo: Com tatuagens não é assim. Eu só as tenho porque gosto delas. Não há nenhum significado profundo por trás da decisão de fazer minhas tatuagens. "Eu queria fazê-las por isso que eu as fiz". "Eu gosto desse desenho então eu vou tatuá-lo". Isso é tudo. Colocando em termos simples, é só isso, mas eu estou fazendo com sinceridade.


Matsuda: Alguma vez você já quis removê-las?

Kyo: Não. Basicamente eu sou uma pessoa que se entedia facilmente, mas eu acho que em relação as tatuagens, não é assim. Afinal de contas, foi doloroso fazê-las.


Matsuda: Quando o DIR EN GREY iniciou?

Kyo: Cerca de uns 13 anos atrás.


Matsuda: Dentro desses 13 anos, o que mais mudou, e qual aspecto seu evoluiu?

Kyo: Definitivamente o problema com o meu ouvido foi a maior mudança. "Além disso, eu tenho que fazer isso apenas com um ouvido" foi o que eu pensei, eu não sabia se eu poderia continuar com a música. Mas eu pensei "Preciso me recompor", naquela época a minha aparência mudou instantaneamente, o jeito como eu me apresento, mesmo o núcleo dentro de mim se tornou mais forte. Essa foi a maior evolução.


Matsuda: Há quanto tempo foi isso?

Kyo: Cerca de uns 10 anos atrás. Também quando fomos para o exterior, estávamos cercados por muitas bandas incríveis, não era uma questão de ganhar ou perder, mas eu queria expressar que também havia uma banda como aquela no Japão.


Matsuda: Como o público do exterior respondeu?

Kyo: Boa parte da audiência estava entusiasmada. Eu não faço MCs e é por isso que todas as palavras que eu tenho são de letras. É por isso que eu acho que há um grande número de pessoas que, com seu esforço máximo, tentam compreender as letras.


Matsuda: Como esperado, a sensação é diferente do Japão.

Kyo: A forma como nós fazemos o show não muda, mas a audiência japonesa ouve de maneira organizada. Por exemplo, quando está calmo eles lêem a atmosfera e tornar-se calmos. No exterior, eles são constantemente barulhentos, de uma maneira boa e ruim eles agem livremente.


Matsuda: Que lugares vocês já foram?

Kyo: América, Europa, Canadá, fomos a lugares diferentes. Mas sinceramente eu não gosto de ir para o exterior, porque é cansativo (risos).


Matsuda: É mesmo (risos). Por quê?

Kyo: As comidas não me agradam, e eu não falo Inglês, então não posso me comunicar. Quando os shows terminam todos bebem álcool. Durante as turnês é ruim para a minha garganta então eu não bebo. Enquanto todo mundo fica agitando eu fico de lado, quieto (risos).


"Porque eu precisava me recompor...
O núcleo dentro de mim se tornou mais forte"


Matsuda: Então no final, aqui (STUDIO COAST) é onde você consegue ficar calmo.

Kyo: Isso mesmo, por muito tempo, este é o lugar onde nós fizemos mais shows.


Matsuda: Que tipo de coisas você gosta de fazer durante o seu tempo livre?

Kyo: A coisa que mais me acalma é assistir filmes em cinemas e sair para andar à noite. Quando estamos em turnê ficar sozinho no hotel me faz ficar deprimido, então eu saio. Basicamente eu sou do tipo que não quer ficar sozinho.


Matsuda: Esse é um sentimento bom de ser humano. Esse tipo de sensação pode ser relacionado com a expressão. Um ator, por exemplo, a sua forma de expressão é feita de palavras. Eles lêem o roteiro e, teoricamente, criam, e é por isso que as palavras podem ter diferentes tipos de significados. Mas para um músico, ele pensa em coisas com ritmo e som.

Kyo: Hoje, ao ser fotografado, pensei que era muito semelhante a escrever letras e compor músicas. "Ah, no final, não vamos fazer isso", ou "mais assim", eu também faço isso com os meus sentidos "Essa guitarra não deveria ser assim" ou "Tem que ser assim".


Matsuda: Por falar nisso, quando você está em pé no palco você muda completamente. Isso é definitivamente incrível. Agora eu realmente quero ver um show do DIR EN GREY. Posso ir na próxima vez?

Kyo: É claro, por favor, venha.


Notas: Por mais que tenha tentado algumas partes ainda ficaram um tanto confusas e talvez difíceis de compreender na tradução, então se não entenderem exatamente o que o Kyo ou o entrevistador quis dizer com algo, não exite em perguntar.

Scans por Elloran no visible_things
Traduzido para o inglês por Myvinushka no Orchestrated Chaos
Traduzido para o português por Uka no SABIR BRASIL

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