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Entrevista com Kyo no livro oficial GREED (Abril, 2012) - Parte 1



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KYO x EXTERIOR


A existência de um cara chamado Kyo, um elemento importante por causa do qual o Dir en grey é capaz de criar uma imagem tão intensa. A sua posição é normalmente intitulada como "vocalista", mas ele não descreve a si mesmo desta forma. Esta ideia fica claramente audível ao escutarmos as suas músicas e se formos a um show fica evidente à primeira vista. Desde tons graves até os mais agudos ele narra histórias com uma voz incrivelmente forte, mostrando sua figura distante em uma performance corporal que nasce espontaneamente de si. No entanto, logo que uma forma é completada, geralmente ele a destrói novamente com total facilidade. Mas a sua mudança interior não para neste momento, ela mantém o seu curso.


― Kyoto, a cidade onde você (1) nasceu e cresceu é conhecida com um centro cultural para o turismo internacional. Será que este fato teve alguma influência sobre você?

Kyo: Eu não diria isso, mas talvez isso tenha me influenciado sem que eu percebesse. Eu realmente gosto do típico "modo japonês" (2) de encarar o mundo - embora isso seja algo típico de Kyoto.


― Turistas e muitos estrangeiros podem ser vistos na cidade hoje em dia.

K: Quando eu morava em Kyoto eu raramente ia visitar os pontos turísticos, mas eu acho que é provável que houvesse mais visitantes estrangeiros lá do que em outros lugares. Naquela época, eu não tinha tanto interesse em Kyoto em si. Eu não a odiava, mas durante o ensino fundamental eu não tinha qualquer interesse em templos ou coisas do tipo, eu acho.


― Não é à toa (risos). Talvez seja porque eles estão tão próximos que normalmente nós não damos tanta atenção à eles. Colocando de uma forma diferente: Quando você desenvolveu um interesse por Kyoto?

K: Não houve nenhum "ponto de partida" decisivo, mas em Kyoto nós temos a sensação de que o tempo flui mais lentamente e eu gostava desse fato, mesmo depois de ter saído de lá. Quando eu tinha 17 ou 18 anos eu fui para Osaka. Quanto mais tempo eu fiquei lá, mais eu percebi que havia várias diferenças na atmosfera e caráter das pessoas e passei a pensar que, na verdade, Kyoto é um lugar muito bom. Desde então eu não estudei nada em especial sobre os templos, mas de alguma forma a atmosfera, as instalações dos templos e coisas do tipo passaram a me interessar cada vez mais.


― Isso é porque quando nós nos separamos de um lugar as chances são grandes de percebermos o encanto dele.

K: Mesmo quando eu ainda morava em Kyoto eu não visitava frequentemente locais como o Kinkakuji [Templo do Pavilhão Dourado], Ginkakuji [Pavilhão Prateado] ou o Templo Sanjusangendo. Quando eu era bem pequeno, eu os visitei uma única vez ou algo assim. Quando eu tinha 16 ou 17 anos, todos os jovens normais viajavam para lugares distantes para se divertir e eu acho que havia várias coisas para ser ver por lá, mas eu, que não praticava qualquer esporte ou coisas semelhantes, dificilmente saia de casa. Eu decidi quando eu também iria, mas eu não sabia como chegar ao (Kinkakuji e esses lugares) e por isso acabei com aquela sensação de "mesmo que eu vá, o que eu poderia encontrar lá?" (3) Eu realmente não tinha nenhum interesse. Portanto, a verdade é que eu não sei.


― Mas em algum momento você ficou fascinado pelo lado bom de Kyoto.

K: Quando uma banda está em turnê, ela visita várias cidades, certo? A atmosfera no interior era diferente novamente e também havia outros lugares onde o tempo fluía lentamente, mas quando, finalmente, eu voltei para Kyoto, eu me senti à vontade... (4), mas talvez seja porque eu já tinha morado lá. Eu também gosto bastante de filmes de terror japoneses e eles podem apresentar algumas características que estão relacionadas com o ambiente das casas antigas de Kyoto. Neste aspecto, pode haver uma influência.


― A atmosfera dos templos é diferente daquela das casas antigas, mas ela também não possui uma imagem alegre e brilhante. A propósito, você tem um templo favorito?

K: Há pouco tempo eu visitei o templo Toji [Kyo-o-gokoku-ji]. É claro que eu sabia a respeito do templo Toji e há muito tempo eu entrei nele, tipo uma vez, mas ele não me impressionou tanto assim. Foi um sentimento parecido com aquele de quando você entra em um local sem um interesse específico. Mas, recentemente, houve este dia especial, em que me foi concedida a oportunidade rara de entrar no pagode do templo Toji. Quando eu entrei, foi incrível. Eu pensei "O que é isso?! É assim que ele é!?". Nesse pagode havia esculturas que pareciam demônios. No templo Sanjusangendo também havia várias esculturas, mas acho que a salão Senjyûkannon [referente à deusa de mil braços da misericórdia] é o melhor em relação às esculturas. Além dele tem o templo Toji. Foi extremamente surpreendente. Eu gostaria de visitá-lo se eu tivesse a chance de entrar no pagode novamente.


― Então, neste dia não estava nos seus planos visitar o templo Toji, você só chegou lá por acaso?

K: Sim, é isso mesmo. Bem, quando eu estava voltando para casa eu passei em frente ao templo por acaso. Há muito tempo nós também trabalhamos junto com uma revista em um local próximo ao templo (5).


― Eu esperava ouvir o nome de um templo mais extremo... O Toji é muito popular, não é?

K: Não, ele é verdadeiramente surpreendente. Pelo contrário, eu não conheço realmente lugares extremos assim, já que eles não são especialmente interessantes. Basicamente, um templo não é um lugar que pode ser completamente capturado/compreendido apenas por se entrar nele? Quando não existe nada mais... Certamente também existe outros lugares belos como jardins e tal, mas quando alguém me diz "Eles são tão bonitos!", acabou pra mim (3). Eu fico fascinado quando algo me deixa atônito, eu penso "Isso foi feito por pessoas?!" Há várias coisas no que pensar, como quanto tempo demorou a ser construído, quantas pessoas foram necessárias ou para que finalidade ele foi construído, mas seria estúpido assumir que ele é algo demoníaco (risos) (3). Eu também gosto de olhar para todos os detalhes das esculturas, de alguma forma isso é interessante, entende. No entanto, eu tenho uma fobia de edifícios grandes. Eu não tenho problema com apartamentos e coisas assim, mas... falando de uma maneira bem simples, eu morro de medo quando eu me sinto como um fantoche no filme "As Viagens de Gulliver".


― O que você quer dizer? (Risos)

K: Eu não consigo explicar bem... na verdade, a estrutura não precisa ser tão grande, mas eu fico assustado quando as coisas são grande de uma forma anormal. Só de imaginar é assustador (risos). Também existe uma doença sobre isso [Batofobia - medo de alturas ou estar perto de edifícios altos] e talvez eu a tenha. Mas ao mesmo tempo isso me interessa profundamente, você sabe... Por exemplo, existe esta grande escultura de um deus na China, que foi esculpida em um penhasco (supostamente o "Grande Buda de Leshan") que eu quero ver de qualquer jeito. É algo que me assusta, mas com o qual também fico impressionado.


― Parece que existem várias coisas extraordinariamente enormes em países estrangeiros do que no Japão.

K: No entanto, eu não considero muito aquelas igrejas e coisas assim que também são enormes. Veja, eu mesmo não entendo bem que critérios devem ser cumpridos para que algo me assuste. Não me assusta especialmente, por exemplo, se alguma coisa que originalmente tinha vários centímetros fica do tamanho de um ser humano. A primeira vez em que pensei "UAU!" sobre o templo Toji eu não tinha hobbies especiais ou algo parecido. Mas, recentemente, meus interesses cresceram e eu gostaria de visitar vários lugares carregando o desejo de ver coisas diferentes.


― Você pode nos dar exemplos desses novos hobbies?

K: Por exemplo, fotografia e design, mas na verdade eu estou muito interessado em coisas que são artesanais.


― Isso é muito interessante. Obviamente você escreve letras, mas você também desenvolveu ideias para os goods da banda e mesmo que você tenha se interessado no "mundo exterior" fora da banda até agora, eu me pergunto se isso não é um pouco estranho (3).

K: Até agora eu altamente valorizei atmosferas e coisas do tipo que eram diferentes dos outros, coisas que não podem ser colocadas em palavras que eu expresso substituindo-as com meus próprios problemas (3). Mas atualmente eu gosto de olhar para coisas mais concretas... O meu ponto de vista mudou um pouco, eu acho.


Fim da 1° Parte




Notas da tradução original para o inglês:


(1) Ele o chama de 京 くん (Kyo-kun)
(2) 和 (WA)
(3) Não tenho tanta certeza a respeito destes trechos
(4) 落ち着くtambém significa "sossegar"
(5) Sessões fotográficas, entrevistas, etc
[...] -> Palavras adicionais da tradutora

Tradução para o inglês por takowasara
Tradução para o português por imago no SABIR BRASIL


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