Toshiya se apresetando no House of Blues nos E.U.A em 18 de dezembro.
Foto Maureen Vana no Musicpix.net.
Pós-desastre, a banda japonesa Dir en grey continua a tocar
O último álbum do Dir en grey – lançado após o grande terremoto e tsunami deste ano no Japão – se chama "DUM SPIRO SPERO" que é traduzido para "Enquanto eu respirar, terei esperanças."
Em 11 de março deste ano, o Dir en grey, especialistas na arte do metal japonês, estava trabalhando arduamente no seu dramático oitavo álbum, "DUM SPIRO SPERO" em um estúdio nos arredores de Tóquio.
No dia seguinte, tudo mudou. Aconteceu o Grande Terremoto do Leste do Japão, um tremor de 8.9° de magnitude devastadora provocou um tsunami que enviou ondas de 40 metros que viajaram até 9 quilômetros para o interior do costa reivindicando cerca de 16 mil vidas. E a banda foi subitamente confrontada com uma decisão incrivelmente importante: se eles continuariam ou não com as gravações.
"Nós não fomos afetados diretamente, mas de onde nós estávamos, nós ainda sentimos os tremores", diz o baixista Toshiya que aparece com a banda na cidade na quinta-feira.
"Então, mais tarde percebemos o quão grande foi o terremoto", diz ele. "Foi um momento tão terrível, nós realmente nos perguntamos se fazia sentido continuar com a gravação enquanto todos à nossa volta estavam sofrendo. Mas então nos sentamos e conversamos sobre isso, nós cinco, e nós decidimos algo - Era importante continuar, seguir em frente, em vez de ficarmos parados esperando que as coisas melhorassem".
O resultado – um melaço de riffs pesados e filigranas apoiados pelo estilo Jekyll e Hyde do vocalista-letrista Kyo - faz ecoar a tragédia em hinos funébres como "Juuyoku", "Akatsuki" e "VANITAS".
Isso é ressaltado na arte da capa – uma floresta proíbida que lembra Aokigahara, a famosa floresta japonesa do suicídio. Na verdade, eles queriam que a foto (que mostra uma estátua budista sombria) fosse algo inspirador.
"Queríamos integrar o bambu japonês e elementos de outras culturas asiáticas na imagem final", diz Toshiya.
Parece que tudo que o Dir en grey toca, normalmente se transforma em algo assustador. O baixista conhece a floresta – o segundo local mais popular de suicídio no mundo atrás da Ponte Golden Gate. Ele não sabe ao certo porque a taxa de suicídio no Japão é tão elevada (31.690 casos notificados só no ano passado). Ele só sabe que a música de seu grupo parece ter poderes de cura.
"Á vezes, nós recebemos cartas de fãs dizendo: Sua música salvou minha vida", diz ele. "Infelizmente, na maioria dos casos nós não sabemos realmente com o que esses jovens estão lutando". Por isso, o título do novo álbum que é traduzido para "Enquanto eu respirar, terei esperanças."
Os fãs podem vê-lo facilmente como um sentimento reconfortante. "Mas na verdade foi algo que sentimos como indivíduos e como uma banda", diz Toshiya. "Foi esperança para nós mesmos, antes de ser qualquer tipo de mensagem para os outros."
O Japão está se recuperando, relata Toshiya. Mas ele espera que as pessoas se lembrem do desastre, agora que ele não é mais notícia de primeira página nos jornais - "Porque seria realmente assustador se as pessoas esquecessem totalmente o que nos aconteceu no último mês de março."
Texto por Tom Lanham no San Francisco Examiner
Tradução para o português por imago no SABIR BRASIL
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