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「OUROBOROS」Photobook - Entrevista com o Kyo


Vingança pelo Osaka Castle Hall: Isso estava sempre na minha cabeça. A partir daquele momento meu objetivo era fazer o final “mais que perfeito”.


- Depois do show no dia 10 de janeiro, eu ouvi você dizer dentro do camarim “Esse foi o melhor que eu já fiz”. Eu concordo com essas palavras mais ao mesmo tempo eu fiquei surpreso.

Kyo: Eu raramente digo esse tipo de coisa. Mais era assim que eu realmente me sentia. Quando eu deixei o palco tinha uma câmera móvel e eu fui capaz de sorrir e dizer “Otukaresama (significa algo do tipo Obrigado pelo esforço/trabalho duro)” (risos). Eu acho que fui capaz de dar tudo de mim. Eu senti uma energia boa disso. Eu tive uma boa compreensão do mesmo. Houve erros que apenas eu seria capaz de notar, aqui e ali, mas eu realmente não me importei. Mesmo que fossem coisas que eu normalmente diria, “Eu fiz isso novamente”, eu não me importei naquele dia. Significa que havia muitas coisas boas a respeito (do show).


- É irônico; Apesar de o som estar muito ruim na primeira noite, como resultado, pareceu como um ensaio para prepará-lo para a segunda noite.

Kyo: Isso é verdade. Depois da primeira noite, muitas pessoas complementaram dizendo que foi um show muito bom. Mais já que eu tinha uma imagem de como poderia ter acontecido, eu apenas me sentia do tipo “Não é isso”. Eu estava frustrado que as pessoas estavam dizendo que “aquilo” foi bom. Mas depois do segundo show, algumas pessoas que eu sei que assistiram ambos os shows parecem ter notado meus sentimentos (para com os shows).


- Essas duas noites foram o que você pode chamar de o fim do “UROBOROS” mais você jamais saberia qual seria o resultado certo? Você estava ansioso ou com medo de alguma forma? Havia pressão sobre você, sobre ter que fazer um bom show?

Kyo: Antes disso, era vingança pelo Osaka Castle Hall, isso sempre esteve na minha cabeça. Quando começamos a partir dali, a condição da minha garganta era muito ruim. É claro que eu me preparei antecipadamente para poder ser capaz de me apresentar na minha melhor condição e eu dei tudo de mim, mas como resultado acabou sendo algo que eu realmente não gostei. A partir daquele momento meu objetivo era fazer o final “mais que perfeito”. A evolução do “UROBOROS” foi também importante mais eu sempre olhava para o fim desde o início. Para ser honesto, todos os shows antes dessas duas noites estavam lá apenas para que eu pudesse crescer. Por isso que a primeira noite foi apenas lamentável. Foi tudo tão ruim, entretanto eu gostaria de ter feito como na segunda noite em ambas as noites.


- Se você tivesse feito a segunda noite na primeira, quem saberia o que teria sido da segunda noite.

Kyo: Poderia ter sido ainda melhor (risos). De qualquer forma, todo esse tempo eu estava pensando sobre essas duas noites e eu pensava que as duas noites eram apenas um show. Eu concentrei nisso e tentei manter a minha condição a melhor possível. Bem, é claro que eu estou sempre fazendo isso. Eu acho que posso dizer que eu estou fazendo todo o possível para isso (falando da garganta dele).




- E ainda assim, você é traído nas partes mais importantes.

Kyo: Sim, e eu me pergunto porque. Talvez tenha a ver com o a mudança de ambiente. Mas a respeito do Budoukan, eu posso ir para lá da minha casa, então é mais fácil preparar a minha condição. Se for do outro lado do país ou fora do país é muito diferente e muito difícil. Nesse sentido foi fácil me preparar para o Budoukan e eu não tive que pensar muito a respeito. Mais eu tinha a sensação de “se eu não fizer isso aqui, eu vou me arrepender pelo o resto da minha vida”, esse tipo de coisa. Por isso que quando acabou, eu senti uma sensação de libertação. Ser capaz de dizer “Otsukaresama” para a câmera foi uma evidencia de que algo dentro de mim tinha acabado. A vingança foi um sucesso, em outras palavras eu superei a mim mesmo. Eu acho, que os fãs que sempre assistem, tiveram uma idéia da minha condição. Se essas pessoas vissem o show, elas seriam capazes de entender a maior parte sem dizer uma palavra. Acho que por isso as pessoas ficaram mesmo depois do show.


- A platéia cantando “Hageshisato, …” depois do show na segunda noite. Eu senti que isso não seria possível sem os fãs dessa banda.

Kyo: Eu estava simplesmente feliz. Eu tava assistindo da beira do palco, mais aquela foi uma excelente visão. Eu senti uma forte ligação. Mais forte do que antes.


- Vocês foram capazes de formar uma relação forte.

Kyo: Sim. Mais apesar de estar feliz, eu estava um tanto aborrecido/puto também. Eu pensei, “porque agora?!”(risos). “Se vocês são capazes de fazer isso agora, porque vocês não fizeram desde o início?!”(risos) Eu sei que estou me repetindo mais eu abordei esse show como vingança pelo show do Osaka Castle Hall e essa era a minha razão principal.
Mesmo antes disso eu tenho “cantado” mais. É uma coisa estranha de se dizer mais eu mudei minha ênfase para “cantar mais”. Antes, quando estávamos para lançar musicas ao vivo, eu propositalmente escolhia musicas ao vivo onde eu não estava cantando tão bem. Eu tinha meus próprios motivos para isso mas eu recebi muitas respostas dizendo “Basicamente você não consegue cantar suas próprias músicas certo?” eu realmente odiava isso. Eu recebia coisas do tipo “você está apenas fugindo ao agitar a platéia”. Eu odiava ainda mais quando tinha que explicar que EU CONSIGO cantar. Então minha resposta para essa frustração foi Osaka Castle Hall. Eu queria calar a boca deles lá. Mais eu não pude e isso foi ainda mais frustrante. Por isso a maneira como o Budoukan terminou me deixou simplesmente feliz.


- O Kyo no Osaka Castle Hall e o Kyo no Budoukan. Além do tempo que passou, qual é a diferença para você?

Kyo: A presença daquela frustração. Eu acho que está ai. É claro que eu já lidei com muitas frustrações no passado e havia algo que estava acumulando dentro de mim. Havia momentos em que, de todos os shows, eu era capaz de cantar no exterior. Eu apenas pensava “porque agora?” (risos). É claro que há shows como esses no Japão mas nunca se estabilizam na maneira como eu quero. Nem tudo acontece da maneira que você quer. Mesmo que minha voz fosse capaz de expressar a mim mesmo da maneira que eu gostaria, minha mente não está preparada para essa tarefa. Entretanto, um show "planejado/ roteirizado” seja fácil de fazer. E como resultado, tudo acabou ocorrendo bem e isso acabou acontecendo apenas no Budoukan.


-Mas, eu acho que o resultado do Budoukan não aconteceu simplesmente por acaso ou sorte. Se você pensar nisso dessa forma, o titulo “UROBOROS –with the proof in the name of living…” simboliza essa idéia . Essa é a tradução da letra (ikiru toiu na no akashi wo) em “Ware, Yamitote...” certo? Prova da existência. Não apenas o show, mas, eu cheguei à conclusão que esse era o tema para o “UROBOROS”.

Kyo: Sim. Quando o álbum foi finalizado, eu pensei “Isso somos nós”. É claro que eu pensei dessa forma para cada álbum que nós completamos, mas esse tinha um sentimento mais forte. Eu acho que você tem que está constantemente a procura de si mesmo. A procura de um novo eu. Você tem que continuar a encontrar a si mesmo. Basicamente eu tenho a tendência de renegar meu passado (risos), então não importa o quão boa seja uma musica que nós criamos, eu só consigo olhar para ela como algo concluído.


-Então você já está renegando o “UROBOROS” e o Budokan?

Kyo: Não, eu não quero renegar isso ainda (risos). Mas, eu quero trabalhar no próximo projeto.


-Assim como na letra em “Ware, Yamitote...”, provar sua existência é a “exigência de amanhã” (asu no jouken)?

Kyo: Sim. Se eu não continuar isso, não há razão para a minha existência. Algo com o qual nós possamos nos sentir satisfeitos... Claro que barreiras são erguidas toda vez que criamos algo, mas essa é a parte divertida para mim. Mesmo que eu diga que eu renego o passado, não é como se eu renegasse cada aspecto dele. É mais a maneira “Eu ainda era jovem” de olhar para isso. Quero dizer, nunca é bom dizer “Eu era melhor naquela época” certo? Eu não quero ser o tipo de pessoa que está presa no passado. Eu quero apenas seguir em frente. Ao menos por enquanto, até este momento, eu nunca senti meus limites serem testados.


-Mas de agora em diante, as duas noites do Budokan serão o “padrão”. Mesmo o deslize mais leve vai automaticamente significar que vocês “enfraqueceram”.

Kyo: Eu pensei a mesma coisa. Mas eu não estou preocupado com isso. Tenho certeza de que algumas pessoas pensarão que elas têm que superar isso ou que como trabalho, elas tem a obrigação de fazer isso, mas para mim, e eu sei que essa não é a melhor maneira de colocar isso, é como um jogo. Eu sou o tipo de pessoa que precisa estar interessado no que estou fazendo; caso contrário eu nunca poderia dar o meu melhor por muito tempo. Então eu acho que isso ainda tem um grande potencial para eu continuar prosseguindo (falando da música). E se continuarmos com o Budoukan como padrão, o Dir en grey e os fãs podem desenvolver muito em diferentes aspectos.


-Entendo. Eu sei que o assunto vai mudar mas eu quero perguntar sobre as imagens usadas para o Budoukan. Havia muitas que prendiam a atenção. Por exemplo, algumas eram estritamente designadas para expressar “sofrimento”, mas tenho certeza de que algumas pessoas apenas as viram como simplesmente algo grotesco.

Kyo: Provavelmente. Por exemplo, o vídeo de “Hageshisa”; para mim aquilo foi de fato algo “cativante e bonito” (risos). Eu não me importo se as pessoas ao redor do mundo gostaram ou se é algo que pode ser exibido na TV ou não. Eu vejo como um trabalho bem feito (obra de arte) e não um instrumento para promoção. Em oposição a isso, eu acho que as imagens usadas nos shows são mais pessoais; Quer esteja focada no aspecto mental ou nas expressões realistas. Então tenho certeza de que há pessoas que olham para essas imagens e se sentem desconfortáveis. Mas mesmo se você estiver desconfortável ou não, para nós as imagens se unem a música e essa é a verdade nisso que nós queremos mostrar. E eu digo que “se une” como se fosse algo simples, mas existem inúmeras maneiras que se encaixam na música. E “se encaixa na música” também não é tão simples quanto soa. Eu quero que esses trabalhos mostrem uma perspectiva diferente da perspectiva que você tem quando está ouvindo o CD em casa.


-Mas se as imagens são muito gráficas, as pessoas tendem a pensar mais do que elas eram para ser. Por exemplo, eu não acho que seria surpresa que algumas pessoas podem tomar “VINUSHKA” como uma música sobre guerra.

Kyo: Sim, eu também entendo isso. E me atrevo a dizer que a maioria das pessoas com bom senso vão entender. As pessoas que têm sabedoria para entender vão entender. Eu acho que é perfeitamente aceitável se alguém puder obter algo a partir de um preconceito. E para as pessoas que entendem, algo está sujeito a ser mal-entendido de uma certa maneira... isso só quer dizer que elas sabem que não é para ser entendido na maneira como poderia ser mal interpretado (em outras palavras, não é o que está obvio). Ao meu ver, eu tenho mais medo das pessoas quererem que as coisas sejam simplificadas do que algo que poderia ser mal entendido facilmente. Afinal de contas, é impossível para qualquer um ter exatamente as mesmas idéias que você. Acho que já é bom o suficiente para alguém compreender um pouco. E é da mesma forma nas letras. Eu não quero impor a alguém que ela entenda algo. Eu não quero repreender ninguém e eu não acho que esse tipo de coisa seja Rock. Eu apenas abordarei isso do meu jeito e se existirem pessoas que querem nos seguir, é completamente aceitável. Toda pessoa tem uma mente individual e obviamente todo mundo pensa de maneira diferente. É por isso que “Nos tornarmos um” é algo difícil.


-Para se tornar um. Não necessariamente significa que cada individuo precise estar na mesma página. Em outras palavras, o DIR EN GREY quer que cada individuo se torne apenas um correto?

Kyo: Sim. Eu não estou dizendo isso para pedir união a um certo número de pessoas.


-Agora o tópico do “UROBOROS” como uma obra de arte. A partir de agora, que tipo de significado esse álbum traz para o DIR EN GREY?

Kyo: Algo muito importante, o... “núcleo” do DIR EN GREY, eu acho? Eu não sei como colocar, mas a imagem do “Nós” está mais clara dentro de nós mesmos. Nós fomos capazes de compreender a nós mesmos em um aspecto mais profundo e fomos capazes com sucesso de provar nós mesmos como DIR EN GREY.


-A prova está mais direcionada a vocês mesmos do que para os fãs?

Kyo: Sim. Uma prova para nós descobrirmos quem nós somos. Tenho certeza de que todos nós pensamos dessa forma desde o lançamento do “UROBOROS”. Depois de tudo isso, eu estou animado para descobrir que tipo de coisas novas serão trazidas para esse mundo e o primeiro passo foi “Hageshisa…” eu percebi que esse era o resultado de ser capaz de digerir o “UROBOROS”.


-No momento, você tem um palpite sobre como o próximo álbum vai ser?

Kyo: Não é como se eu pudesse dizer que tipo de músicas irá surgir, mas... Eu acho que será algo mais misterioso. Eu acho que todos concordamos que estamos em busca de algo que nós “nunca ouvimos antes”. Se esse sentimento tomar forma, tenho certeza de que se tornará algo misterioso. Mas não importa o caminho que o DIR EN GREY escolha tomar, o DIR EN GREY sempre será o DIR EN GREY. Se nós deixarmos apenas as coisas boas e adicionarmos muitas coisas novas, e revelarmos o segredo, nós continuaremos a ser o DIR EN GREY. E nunca será do tipo “O Quê? Eles só conseguiram chegar até esse ponto?”. Eu acho que ser capaz de estar constantemente aperfeiçoando esse tipo de coisa é ser muito idealista.


-“THE MARROW OF A BONE” foi algo do “DIR EN GREY daquela época” personificado em oposição ao “UROBOROS” tendo projetado os ideais de 2008, apesar do passado. As coisas que vocês estão para aperfeiçoar são os ideais que estão além desse ponto?

Kyo: Sim. Eu acho que sim. Nunca renegar o passado e o presente de maneira imprudente.



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